Aceite-me
Aceite-me, querido Deus, aceite-me por um momento.
Deixe os dias órfãos gastos sem Você serem esquecidos.
Alongue este breve instante por Seu amplo colo, mantendo-o sob Sua luz.
Vagueei atrás de vozes que me atraíram… deu em nada.
Permita-me, agora, sentar em paz e escutar Suas palavras no espírito de meu silêncio.
Não mostre Suas costas aos segredos obscuros do meu coração: queime-os até que Seu fogo os ilumine.
“O Coração de Deus: Poemas Místicos de Tagore Rabindranath” – Escolhidos e editados por Herbert F. Vetter. Tradução de Alberto Pucheu. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. p. 21)
RABINDRANATH TAGORE, (07 de maio de 1861 - 07 de
agosto de 1941, Calcutá), também chamado de Gurudev. Poeta, romancista,
músico e dramaturgo, reformulou a literatura e a música bengali no final do
século XIX e início do século XX. Autor de Gitânjali
(Oferenda Lírica), foi o primeiro não-europeu a conquistar o Prêmio Nobel de Literatura, em 1913. Destacado representante da cultura hindu, sua
influência e popularidade internacional se compara a de Mahatma Gandhi. Escreveu
os hinos de dois países: Bangladesh e Índia e fundou a Universidade
Visva-Bharati.
Seus versos, contos e romances são aclamados por seu lirismo, coloquialismo, naturalismo e
contemplação. Veja: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rabindranath_Tagore