sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ÁGUIA

Há dezessete anos nos encontramos.  Me fostes dada  como uma estrela, uma esperança, uma promessa a ser cumprida nesse tempo especial. Desde então caminhamos, amigas, irmãs, um objetivo comum.
Chegas na respiração do vento, como o  hálito do tempo. É um leve roçar nos meus ombros, um breve aceno em minha alma. Algumas vezes, vens no ruído das asas do beija-flor, outras vezes provocas fogueira em minhas mãos, onde me aconchego, me acalmo. Trazes sinais de fé.
Sei que me cuidas nos meus descuidos, que te voltas se me perco, me ajudas se trabalho, te aproximas quando eu sou. E aí, já estamos.

 
ÁGUIA

Hoje guardei as perguntas,
Hoje eu só quero o fogo, a lembrança.
Quero o doce das tâmaras,
A água do poço,
O vento, a lua nova,
Quero a canção das avós.
Quero uma estrela no céu,
O meu peito aquecido,
Um olhar cristalino,
comer o pão e o mel,
Quero o calor das areias,
e uma lenda escutar.
Hoje só quero afirmações,
Deixo de lado os senões,
Ah, hoje eu quero meditar.
Quero comigo ficar,
Quero poder te alcançar,
Quero no vôo me soltar.
Hoje eu quero respirar,
Quero inteira estar,
Ser águia e vigiar.




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