domingo, 9 de outubro de 2011

Madrigal

Hoje, depois de tempos, atravessei a rua, caminhei na orla onde vi flores silvestres, tomei um pouco de sol e um banho de mar. Sim, creio que a primavera está chegando para mim, trazida pelo  canto do Yom Kipur.
Depois, em casa, li este poema que é quase uma tradução do que tem acontecido.

«Herdei uma floresta obscura, onde raramente vou. Porém, há-de chegar o dia em que os mortos e os vivos trocam os seus lugares. Então, a floresta põe-se em movimento. 
(...)
Herdei uma floresta obscura, porém, hoje vou à outra floresta, que é clara. Tudo está vivo, tudo canta, serpenteia, abana e rasteja. É Primavera, o ar é robusto. Fiz os meus exames na universidade do esquecimento, tenho as mãos vazias como uma camisa num cordão de estender roupa.»

O poema é de Tomas Transtromer, Nobel de Literatura deste ano.
O post original está aqui, com tudo mais explicadinho e sem o corte que fiz.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ASSIM


Quando houver
uma letra a mais,
uma palavra a mais,
um parágrafo a mais,
que seja para dizer.

Para dizer crendo,
para dizer sendo,
pois foi entendido,
por ter sido vivido.



Isso tendo sido
intimamente tido
seja o parágrafo
fácil para 
um ágrafo ler.



domingo, 2 de outubro de 2011

Aquarela - Toquinho


Para Vítor, 
que está fazendo um ano, 
desejando que todas as cores e formas 
preencham seus olhos
com a alegria das descobertas.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A música de Bedrich Smetana no filme A Árvore da Vida (1)


 A peça, Ó Moldava - poema Sinfônico Minha Pátria (Parte 1) do compositor tcheco Bedrich Smetana é um dos momentos marcantes da trilha sonora do filme A Árvore da Vida, de Terrence Malick que tem música original composta por A. Desplat.
No vídeo, Antony Witt rege a Radio Symphony Orchestra Prague, no concerto de abertura do Prague Spring Festival, em 2009.

A música de Bedrich Smetana no filme A Árvore da Vida (2)


Die Moldau, Vltava - Má Vlast, de B. Smetana, com a Royal Concertgenbouw Orchestra sob regência de Nikolaus Harnoncourt, Amsterdam, 2010.

domingo, 11 de setembro de 2011

Cartas



Algumas vezes
Na madrugada
Em vez de cartas
Palavras
Em vez de jogo
Sinais
Parágrafos
Grafia
Digressões.
Desfibrar sensações
Talvez emoções.
Desembaralhar
Me sacar
Pra não me cortar.

Às vezes passo
Às vezes aposto
Nem sempre a postos
Nem sempre Ás.

Às vezes na madrugada
Labuto
Coisas más.
Coisas de detrás.
Coisas de grutas, coisas demais.