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domingo, 20 de fevereiro de 2011

O FILÓSOFO DE DEUS



"Não rir nem chorar, mas compreender.
Tenho me esforçado por não rir das ações humanas,
por não deplorá-las nem odiá-las,
mas por entendê-las."

 ÊLE


O casal Spinosa, como tantos outros judeus acuados pela Inquisição, foi obrigado a fugir de Portugal que vivia o auge do fundamentalismo medieval cristão. Longe do mundo ibérico de trevas havia um porto seguro - a Amsterdam calvinista – onde nasceu, em 24 de novembro de 1632, a criança que viria a ser o filósofo de Deus e da liberdade, Baruch de Spinosa.
O menino começou a estudar na Academia Israelita de Amsterdam onde aprendeu as Escrituras Sagradas e também um ofício, o de polidor de lentes ópticas.
Profundo estudioso, jovem, dedicou-se ao estudo da Torah, do Talmud e das obras dos sábios judeus como Maimônides, Ben Ghershom, Ibn Ezra, Hasdai Crescas, Ibn Gabirol, Moshe Cordovero e Uriel Acosta. Também debruçou-se sobre os filósofos gregos, Sócrates, Platão, Aristóteles, Demócrito, Epicuro e Lucrécio, bem como o italiano Giordano Bruno - que havia sido vitima da Inquisição alguns anos antes - além de estudar Descartes, Maquiavel e Hobbes.
Deveria se tornar rabino, mas foi excomungado pela sinagoga em 1656 ao questionar as leis ortodoxas manifestando sua filosofia e o seu descontentamento com as regras do sistema judaico. Também foi desterrado como blasfemador da Bíblia pelos protestantes.
Retirou-se do mundo, foi viver nos arredores da capital holandesa, dedicando sua vida à meditação filosófica e à redação de suas obras. Como livre pensador e um buscador, seu objetivo único era saber a verdade. Morreu de tuberculose no dia 21 de fevereiro de 1677, em Haia, aos 44 anos.
Kant, Goethe, Schelling, Hegel, Leibniz, Diderot, Fichte, Schopenhauer, Karl Marx, Nitsche, Walter Benjamin, Deleuze e Albert Einstein, entre outros, sofreram influências da sua filosofia

 DÊLE

Sua obra está composta por: Um breve Tratado sobre Deus e o Homem, Ética - Demonstrada à Maneira dos Geômetras, Tratado do Arco íris, Tratado para a Correção do Intelecto, Princípios da Cartesiana, e Tratado Teológico e Político.
ebooks gratuitos da obra de Spinosa aqui.  


 SOBRE ÊLE

“Uma coisa é certa: Um homem que viveu integralmente a sua filosofia, como Spinosa, e dela hauriu inabalável firmeza de caráter, serenidade interior em plena tempestade e uma nunca desmedida bondade e benevolência para com todos, incluindo os seus gratuitos inimigos – esse homem deve ter encontrado em sua filosofia mais que um interessante sistema de idéias subjetivas; deve ter experimentado a sua filosofia como a expressão de uma grande e dinâmica realidade objetiva, alicerçada na rocha da Verdade Eterna e Absoluta”.
Humberto Rohden – Filósofo e educador brasileiro (1893 – 1981)
"Maldição sobre o passante que insultar essa suave cabeça pensativa. Será punido como todas as almas vulgares são punidas – pela sua própria vulgaridade e pela incapacidade de conceber o que é divino. Este homem, do seu pedestal de granito, apontará a todos o caminho da bem-aventurança por ele encontrado; e por todos os tempos o homem culto que por aqui passar dirá em seu coração: Foi quem teve a mais profunda visão de Deus"
Renan – Filósofo e historiador francês (1823- 1892)

PARA ÊLE
EM  SPINOSA 
Definir é por fim,
Quando se dá “fines”, se define.
Afectus, é um estado afetivo.
Apetição é o ato de desejar.
Ato é existência.
Potência é virtualidade.
Contingente é o que pode existir, ou deixar de existir.
Isso posto, contingência é ignorância,
Erro é privação.
Vontade é causa necessária.
Vontade e entendimento são modos de pensar.
Ad intra é para dentro.
Ad extra é para fora.
Eternidade é negação do tempo.
O tempo não tem realidade:
É só um modo de pensar.
BARUCH
Benoite, Beneditti
Benedictus,
Bendito, Bento.
Abençoado Baruch.
Bendito aquele que, noite após noite – “Deus existe necessariamente”
Polindo lentes numa solidão sem fim – “Deus é causa livre”
Colheu os espinhos no caminho da sua paixão – “Deus é causa das existências”
Para que as almas ouvissem o eco da sua mente – “Deus é causa das essências”
e o grito da sua devota rebeldia – “Deus é causa das ações.”
Bem dito.
Bendito e abençoado BARUCH DE SPINOSA.
 Texto e Poesias: Sandra M. C. de Akbuquerque - 2011