quinta-feira, 3 de abril de 2014

CINEPORT - Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa


João Pessoa - Paraíba - Brasil
Programação - Abertura
Dia 04 de abril de2014 - Sexta-feira - 18:00

Galeria 1
  • Exposição Fábrica, de Daniel Blaufuks
Galeria 2
  • Sala 1: O Cinema em Portugal – Linha do Tempo
  • Sala 2: Exposição Visagens Nordestinas, de Augusto Pessoa
  • Sala 3: Exposição Eu sei que não são bandeirinhas, Volpi! de Pedro Bastos
18:30
Tenda Andorinha Sessão Solene de Abertura
Autoridades, convidados e cineastas dos países da CPLP
19:00
Tenda Andorinha Sessão Guimarães Capital da Cultura
O Bravo Som dos Tambores, de João Botelho
As Nicolinas, festa organizada pelos estudantes da cidade em honra a São Nicolau.
Duração 25 minutos
A Palestra, de Bruno de Almeida
Um escritor americano é convidado a visitar Guimarães para dar uma pales- tra sobre a obra de Edgar Allan Poe.
Duração 23 minutos
Em Honra de São Gualter, de Rui Simões
Por volta de 1213 Frei Gualter é enviado por São Francisco de Assis para Guimarães, foi crescendo a devoção a este frade franciscano.
Duração 25 minutos
20:00
Sessão Cinema Contemporâneo Brasil
Sala Vladimir Carvalho
Sopro, de Marcos Pimentel
A existência humana e os mistérios da vida e da morte, mostrados no co- tidiano de uma pequena vila rural no meio do nada, no interior do Brasil, onde algumas famílias vivem, há anos, isoladas de maiores contatos com o mundo exterior.
Duração 73 minutos
21:00
Sessão Cinema Contemporâneo África Lusófona
Tenda Andorinha
O Grande Kilapy, de Zezé Gamboa
Joãozinho é um jovem angolano, descendente de uma rica família do período colonial. Este rapaz mestiço quer apenas viver a vida saindo com mulheres, se divertindo com os amigos e gastando seu dinheiro. Embora seja alto executivo do Banco Nacional Angolano, ele desvia os fundos da própria instituição onde trabalha, distribuindo dinheiro aos colegas militantes pela libertação de Angola.
Duração 110 minutos
*Muitas das cenas deste filme foram rodadas em João Pessoa
21:30
Sessão Cinema Português Contemporâneo
Sala Vladimir Carvalho
The Lovebirds, de Bruno Almeida
Em Lisboa, no decorrer de uma noite seis histórias desenrolam-se simultaneamente. Um americano, cruza o seu olhar com uma garota e não resiste a persegui-la pelos becos de Alfama, na lembrança de um outro amor, a sua mulher, já falecida. Dois malandros dedicam-se a pequenos roubos e não sabem se querem ser amigos ou separarem-se.
Um realizador de cinema faz um filme sobre boxe, sabendo que aquele será o seu último combate.
Um arqueólogo que um dia chegou a Lisboa, muitos anos depois, sem mesmo à noite abandonar a sua escavação e o seu amigo que tenta pela última vez trazê-lo à vida. Um taxista emigrante apaixonado por uma prostituta, que assassina, para logo a seguir ajudar uma jovem a dar à luz.
Um piloto de aviões que, fora do matrimônio, acaba por se meter em situações embaraçosas…
Duração 80 minutos
23:00
Show
Tenda Música
Banda Troça Harmônica (PB)
Música sem estardalhaço.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Luthier


 Guitarrista e compositor, Sandro Yuri, que você pode curtir no vídeo abaixo,
mora em Porto Velho, Rondônia, BR.
Também é luthier, faz guitarras clássicas e violões.
Veja as fotos.










terça-feira, 8 de novembro de 2011

NATURAL



Quando estava lá eu sabia:
Era a minha terra, o meu rio, o meu leito de vida.
Simplesmente era assim, natural.
Eu nem sequer pensava que houvessem
Outros lugares,
Outras terras e cores,
Tudo ali já era tanto!
Tanto, não,
Essa palavra nem me ocorria,
Simplesmente era assim, natural.
Azul em cima, do céu, de tamanha verdade.
Azul embaixo, do rio, de tamanha bondade.
Eu tinha o ocre nas mãos, eu plantava,
Eu colhia, fazia tijolos, eu sorria.
Eu tinha o ocre nos olhos.
De muito olhar pro deserto
Meu olhar transbordava a cor das areias.
E eu sorria.
Quando estava lá eu sabia.
Sabia que o papiro dança e rodopia
No vai e vem do vento,
No corre-corre das águas frias, azuis, refrescantes,
Doçuras da vida, doçuras da vida.
Quando estava lá eu sabia.
Sabia que quando o papiro dança
Ele não está sozinho,
Pois baila com o tempo,
Com o toque das garças
Que pousam nas plantas,
Roçam suas plumas,
Leves, pulsantes, brancas,
Reluzindo ao sol.
O sol que é o olho de Deus
Que me vê...
Que me vê.
Quando estava lá
Eu sabia tudo da dança do papiro.
Tudo, porque era o que eu via, dias a fio,
Sem cansar de ver
Porque era assim, natural.
Natural era ver o vermelho, o ocre, o azul,
E saber o sabor das cores,
Porque as cores eram muitas
E entravam no meu ser como alimento,
Coloriam minha alma,
Aqueciam meu peito,
Brilhavam meu olhar.
E eu sorria. 
 A cor era crua, assim, natural
Tal como o limo do rio,
O húmus da terra,
O sumo das uvas.
A cor, sendo crua,
Tinha o doce da tâmara,
Que eu sabia o sabor.
Quando estava lá eu sabia.
Eu sabia das tamareiras, das ervas, das flores.
Do tempo que flui dentro dos juncos
Do tempo que mora nas águas dos oásis.
Quando estava lá eu sabia
Que esse tempo se conta
Ouvindo o canto das estrelas,
Estas que murmuram na noite
No céu do deserto,
Que falam da vida,
Da origem
Do nascimento.
As estrelas falam no céu do deserto
Sobre os mistérios da vida
Que morre e renasce em cada doce da tâmara
Em cada mel da abelha
Em cada lótus aberta,
Em cada broto de vida,
Pois tudo era assim, natural.
Como a voz
Das estrelas no deserto,
Falando do tempo,
Da vida,
De Deus.
Quando eu estava lá eu sabia que tudo era um só,
Tão junto, tão justo,
Como a harmonia
Do azul, de verdade do céu,
Do azul, de bondade do rio.
E, tu sabias, que tudo me veio à lembrança
Quando te senti ao meu lado,
Quando quase ouvi tua risada,
A tua sandália roçando
No chão macio ao meu lado?
Foi quando me dei conta disso e, sabes?
Penso que ainda sei algumas coisas daquilo...
Algo que ficou guardado,
Não sei se nas minhas mãos,
Não sei se no meu olhar...
Sei que ficou
Aqui, em mim mesma,
Me alimentando
 
Do azul, da verdade do céu,
Do azul, da bondade do rio
Que ficou pintado, em harmonia,
Em mim mesma,
Assim, natural.
Natural como o tempo
Que as estrelas cantam no céu do deserto.
E, acho que lembrei,
Quando quase ouvi tua risada,
Que o tempo é assim,
Eterno, natural.
E deságua no ocre dessa minha vida atual,
Assim, natural. 
(Para Nashtar, com o coração agradecido,
por me ajudares na busca do ser natural)

Tchau. Muito Obrigado!


Com a postagem acima estou encerrando hoje, 8.11.11, a edicão deste blog.
Durante doze meses publiquei basicamente minhas poesias, alguma música e um pouco de Kabalah. Nesse tempo vi meu afilhado crescer e postei algumas canções de ninar para embalá-lo  e também no desejo de que a música, o ritmo e a harmonia estejam na sua vida.
Eu não pensei que alcançaria as 1467 visitas que tive até este exato momento.  A maioria das visualizações foram aqui do Brasil,  depois Estados Unidos, Portugal e Alemanha, pela ordem.Certo, muitas foram através de pesquisa, mas é assim que funciona no "tio google". Agradeço a todas elas, e me confessso ainda meio surpresa por ter sido lida/visitada por pessoas de países como  Rússsia, Letônia, Ucrânia, Tailândia, Cingapura e Croácia, por exemplo, que parecem tão longe de mim, mas, o que é estar distante com a proximidade virtual da internet?
Quero agradecer em especial aos 14 seguidores e aos que deixaram seus comentários no blog.
Estou encerrando as postagens, mas não quero fechar esta porta, pois as possibilidades são muitas - que bom - inclusive de retornar a ele ou, talvez, a uma nova morada virtual.
Tchau.
Muito obrigado a todos.

domingo, 6 de novembro de 2011

COMO SE (Será)


Semelhança
              semeia lembrança.
Semelhança
              semeia Semblante Divino.
Humano parecer
com algo a Ser.
Como se.
Como se fosse o que se pode SER.
Como se.
Como se fosse o que SERÁ.
                                  Ser ECHAD 
                                          RADIANTE.

 
Adiante dos meus passos
Na estrada real da vida
Semelhança a Ser.
Semelhança.
Não mais...
lembrança.

domingo, 30 de outubro de 2011

Criação


Um dia Deus chorou.
Chorou por nada,
Chorou somente para criar.
E uma gota de lágrima do olho de Deus
Veio caindo, caindo,
E caiu num lugar no meio do infinito chamado Terra.
E caindo, caindo,
Chegou numa terra chamada África.
E caindo, caindo,
Se espalhou nas areias de um país chamado Egito,
E foi caindo, molhando, inundando,
Fertilizando o deserto.
No dia que Deus chorou
uma gota de lágrima azul
do olho azul de Deus, criou.
Criou o Nilo Azul.
Que foi aonde eu nasci.
Porque o meu coração, que tem sangue vermelho,
Se lembra que foi criado da lágrima azul
Do azul olho de Deus.
Que caiu na Terra, chegou na África, se espalhou por todo Egito, e fez surgir o Nilo, meu belo rio azul.
Que foi onde eu nasci.


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

All Things Must Pass


Matinée


Tenho me lembrado deles, da minha turma, meus amigos, alguns amores, das matinas e matinées naquela cidade dos trópicos...
Tom, o cineasta gentil  que me levou pras sessões de cine-clube. Joel, marxista farrista, com ele tomei meu primeiro pileque na praia de um rio, na meio da selva.
Tinha a Diana, atriz, linda nos palcos vestida de índia, cabelos quase louro com penas e plumas. Casou-se com o Marcos, judeu hegeliano. A Cinara magrela e pernalta, que matava a gente de rir. Também a Maria, baixinha, continha segredos.
Júlio, dono do jeep mais barulhento da cidade no qual íamos para os igarapés nas madrugadas de lua. E o Mauro, ah, o Mauro intelectual e cool... Sion outro judeu, guitarrista da banda de rock da turma, cantava Beatles toda hora e estava sempre ensaiando os rifs que iria tocar nos bailes do fim de semana.

Beto, alto, louríssimo, cabelos longos até os ombros, minha primeira paixão, meu primeiro beijo.Foi pra Europa ser modelo. Choreeeei!!! A segunda paixão foi  Gilson, tipo prima-dona dos palcos, sedutor, não levei vantagem. Choreeeeei!!!
O Pedro largou a faculdade, cansou de usar paletó nas tardes tropicais, queria mesmo era ser jornalista, poeta, cantor, com ele aprendia fazer um lead bacana pras matérias do nosso jornal alternativo que editávamos no porão abafado da casa do Marcos. Nuno, português, claro, cinéfilo responsável pelo cineclube e pelas minhas leituras dos Cahiers Du Cinéma.
Júnia, antropóloga, foi pra Angola participar da revolução. Me ensinou a ler Weber, discutíamos A História da Riqueza dos Homens, O Capital, a pobreza, a independência dos países colonizados e claro, Simone de Beauvoir.
Ely, fazia personagens dramáticos mas era uma figura histriônica. Professor de filosofia, falou sobre a ilusão da caverna de Platão, do vir a ser, do ser e do nada,  da razão prática, do cogito e do agito porque, embora fosse para nós um Sócrates, era na verdade um grande epicurista.
A gente gostava muito das aulas de latim,todo mundo lá repetindo  rosa, rosas rosea, rosa rosas  rosarum. Era divertido declinar os verbos, saber a origem das palavras, aguçava o interesse pela literatura, e todos nós devorávamos livros e mais livros.
Nossos lugares favoritos... bem tinha o quiosque do café que ficava entre o colégio e o quartel da policia, era a terra de ninguém onde se misturavam professores, policiais, estudantes, um ou outro mendigo, índios... Tinha a praça em frente ao colégio onde a gente ficava depois  da aula para marcar encontro no cinema, o baile do fim de semana, ou aguardando o namorado para subir a avenida de mãos dadas. E as escadarias do Teatro Amazonas.
A gente ouvia Cream, Emerson Lake &Palmer, Yes, Gradefull Death, Pink Floyd, Beatles e Rolling Stones. Nas rádio, Janis Joplin gritava summertiiiime! 

Parece que tudo foi apenas isso, uma matinée de domingo, domingos da juventude. Cenas de amor,  cenas vividas ou observadas, cenas arquivadas, frames na memória da vida de então. Matinée vivida em Manaus, a Paris dos trópicos. Porque sempre haviam os  domingos, nossos dias de matinée.
Obs: os fatos são mais ou menos verdadeitos, quando lembramos nem tudo é de verdade como foi. Os nomes das pessoas foram  inventados.

domingo, 9 de outubro de 2011

KOL NIDREI


Madrigal

Hoje, depois de tempos, atravessei a rua, caminhei na orla onde vi flores silvestres, tomei um pouco de sol e um banho de mar. Sim, creio que a primavera está chegando para mim, trazida pelo  canto do Yom Kipur.
Depois, em casa, li este poema que é quase uma tradução do que tem acontecido.

«Herdei uma floresta obscura, onde raramente vou. Porém, há-de chegar o dia em que os mortos e os vivos trocam os seus lugares. Então, a floresta põe-se em movimento. 
(...)
Herdei uma floresta obscura, porém, hoje vou à outra floresta, que é clara. Tudo está vivo, tudo canta, serpenteia, abana e rasteja. É Primavera, o ar é robusto. Fiz os meus exames na universidade do esquecimento, tenho as mãos vazias como uma camisa num cordão de estender roupa.»

O poema é de Tomas Transtromer, Nobel de Literatura deste ano.
O post original está aqui, com tudo mais explicadinho e sem o corte que fiz.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ASSIM


Quando houver
uma letra a mais,
uma palavra a mais,
um parágrafo a mais,
que seja para dizer.

Para dizer crendo,
para dizer sendo,
pois foi entendido,
por ter sido vivido.



Isso tendo sido
intimamente tido
seja o parágrafo
fácil para 
um ágrafo ler.



domingo, 2 de outubro de 2011

Aquarela - Toquinho


Para Vítor, 
que está fazendo um ano, 
desejando que todas as cores e formas 
preencham seus olhos
com a alegria das descobertas.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A música de Bedrich Smetana no filme A Árvore da Vida (1)


 A peça, Ó Moldava - poema Sinfônico Minha Pátria (Parte 1) do compositor tcheco Bedrich Smetana é um dos momentos marcantes da trilha sonora do filme A Árvore da Vida, de Terrence Malick que tem música original composta por A. Desplat.
No vídeo, Antony Witt rege a Radio Symphony Orchestra Prague, no concerto de abertura do Prague Spring Festival, em 2009.

A música de Bedrich Smetana no filme A Árvore da Vida (2)


Die Moldau, Vltava - Má Vlast, de B. Smetana, com a Royal Concertgenbouw Orchestra sob regência de Nikolaus Harnoncourt, Amsterdam, 2010.